Documento, conhecido como NFC-e, terá
lançamento oficial em Porto Alegre, no dia 18 de novembro, com objetivo de
estimular a adoção em todo o País
A Nota Fiscal de Consumidor
Eletrônica (NFC-e) avança pelo País. Depois de passar por testes em
projetos-piloto e em produção em alguns estados, a tecnologia será apresentada
na cerimônia nacional de lançamento, marcada para o dia 18 de novembro, no
Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre (RS).
“O objetivo é promover a
massificação do projeto no Brasil”, explica Ricardo Neves Pereira,
subsecretário da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul, estado anfitrião
do evento. A tecnologia elimina a necessidade de a nota fiscal ser armazenada
em papel. Basta fazer a leitura do QR Code impresso no documento emitido na hora
da compra, via smartphone ou tablet, para ter as informações armazenadas
eletronicamente no site da Secretaria da Fazenda de cada estado.
O cliente
também poderá optar por receber tudo via e-mail. “O código de barras, que
completa 30 anos de utilização no Brasil e é tão conhecido dos consumidores, é
uma ferramenta essencial para a emissão da NFC-e”, destaca João Carlos de
Oliveira, presidente da GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação.
O objetivo é que, a partir
do evento, seja definido um calendário nacional de implementação. “A tendência
é de migração gradual, e acreditamos que, nos próximos cinco anos, todos os
estados estejam com a tecnologia funcionando a pleno”, estima Pereira. Durante
esse período, segundo o subsecretário, deverá ficar autorizada a utilização dos
dois mecanismos – NFC-e e cupom fiscal -, até que haja tempo hábil para todos
se adaptarem à novidade. “Temos que respeitar as particularidades de cada
região”, explica.
Entre os principais
benefícios para as empresas, estão a flexibilidade e a redução de custos. Com a
NFC-e, é possível abrir frentes de caixa conforme o movimento de clientes, já
que o mecanismo dispensa o uso de impressora fiscal, o que diminui os gastos
consideravelmente. O cidadão, além da compra simplificada, terá a facilidade de
acesso aos documentos fiscais, que ficarão arquivados, de forma eletrônica, no
site da Secretaria da Fazenda do seu estado, o que também garante a
autenticidade de sua transação comercial.
Para os governos, surge a
possibilidade de criar programas de incentivo à nota fiscal eletrônica com
sorteios e outros tipos de iniciativas, aumentando, assim, a arrecadação. Além
disso, a transmissão de informações será feita em tempo real. Hoje, os fiscos
estaduais recebem os dados referentes aos cupons fiscais até quatro meses
depois da sua emissão.
Padrão GS1 – A Nota Fiscal de Consumidor
Eletrônica (NFC-e) começou a ser implantada pelo Ministério da Fazenda e o
Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) por meio do Encontro Nacional
de Coordenadores e Administradores Tributários (Encat) em 2008. O documento
contém um campo específico destinado ao código de barras dos produtos, o
chamado GTIN (sigla em inglês para Número Global de Item Comercial), que é a
série padronizada de números que identifica o produto.
É aí que entra o trabalho da
GS1 Brasil, padronizar essa numeração e também a formatação do código de
barras. O GTIN facilita a gestão de estoque de produtos, rastreabilidade e
estimula a automação na cadeia de suprimentos, além de ser um facilitador na
captura dos dados dos produtos para o início do faturamento e emissão da NFC-e.
O processo de emissão de uma NFC-e tem início com a leitura do código de barras
da mercadoria a ser comercializada, possibilitando ao aplicativo comercial a
identificação do produto e o preenchimento no arquivo eletrônico da NFC-e das
informações comerciais e fiscais correspondentes do item. “A principal
motivação em utilizar o código de barras do padrão, que contém o GTIN no
projeto NFC-e, é que este é o padrão de identificação mais utilizado nos
produtos, especialmente no varejo”, reforça o presidente da GS1 Brasil, João
Carlos de Oliveira.
Documento único – A tecnologia também permitirá a
adoção de um modelo único de documento eletrônico no Brasil. “São inúmeras as
vantagens para quem adotar o sistema”, defende Ricardo Neves Pereira,
subsecretário da Fazenda gaúcha. O evento de apresentação do documento quer
demonstrar como todos esses benefícios acontecem na prática.
A rede de lojas de calçados
Paquetá, uma das primeiras a fazer uso da nova ferramenta no País, levará sua
experiência aos participantes. Desde julho, a empresa testa o modelo em uma de
suas lojas em Porto Alegre. A opção foi pelo formato mobile, com utilização de
equipamentos como tablets e smartphones. “Temos muito mais autonomia e
flexibilidade para trabalhar”, resume Gervásio Scheibel, gerente de Sistemas da
Paquetá.
O mesmo profissional que faz
a venda já recebe o pagamento e emite a nota fiscal, facilitando a vida do
consumidor. “Realizamos o processo completo sem a necessidade de filas no
caixa”, relata Scheibel. A novidade tem sido bem recebida pelo público, segundo
o executivo. “Os clientes ficam impressionados com a agilidade no atendimento e
a experiência de compra se torna mais positiva, pois restringimos o tempo de
espera para o pagamento, momento considerado o mais incômodo pelo consumidor”,
destaca.
Para a rotina corporativa, a
medida também representa uma redução significativa de custos. Hoje, a empresa
trabalha com um número de impressoras fiscais por loja que leva em conta os
momentos de pico, como o Natal. Durante muitos meses do ano, várias caixas
ficam desativadas, mas o investimento com os hardwares é o mesmo. Com a NFC-e,
há a possibilidade de aumentar ou reduzir o número de caixas, já que não é mais
necessário o uso de impressoras fiscais. “As impressoras tradicionais custam
cinco vezes menos que as fiscais, só aí já temos um ganho importante”, conta
Scheibel. A meta da Paquetá é expandir a tecnologia para todas as suas lojas de
forma gradual.
Pioneirismo na implantação – Foi em uma loja das
farmácias Panvel que saiu um das primeiras notas padrão NFC-e no Brasil. A
empresa gaúcha foi pioneira na adaptação do sistema para a nova operação, e
quer levar a experiência para todas as suas unidades. “Começamos no ano passado
e pretendemos estender para todas as lojas”, diz o diretor administrativo da
Panvel, Roberto Coimbra.
Para ele, a grande revolução
está por vir: será a eliminação de qualquer tipo de papel quando o consumidor
optar por receber tudo por meio eletrônico. “Estamos falando de um projeto com
grande potencial”, ressalta. O objetivo da rede é adotar tablets e smartphones,
estratégia considerada fundamental
especialmente para as lojas com menor espaço
físico. Hoje, ao realizar uma compra, o cliente recebe a NFC-e contendo uma
chave de acesso que permite a visualização de todos os dados da aquisição no
site da Secretaria da Fazenda. O consumidor também recebe um e-mail no ato
contendo essas informações.
Fonte: Portal Contábeis
Extraído: José Adriano
Cursos, livros e apostila na área de faturamento – www.carlosalbertogama.com.br
Editado por Carlos Alberto
Gama
Nenhum comentário:
Postar um comentário