Ação
popular pede que nota fiscal discrimine valor do imposto pago
Desde 2004, 23 projetos já foram propostos no Congresso com esse
objetivo.
Há cinco anos um projeto de lei, aprovado no
Senado e que aguarda votação na Câmara, quer tornar obrigatório informar na
nota fiscal a carga tributária embutida no preço de produtos.
Durante
a campanha "De olho no imposto", criada em 2007 por entidades
empresariais paulistas, 1,5milhão de consumidores enviaram aos
deputados, por meio de um abaixo assinado, pedido para saber o peso dos
tributos na compra. Da ação popular, surgiu o projeto de lei nº 1.472, que
aguarda votação.
Após percorrerem 2.000 km no Estado com o
caminhão do impostômetro, associações comerciais paulistas lançam agora o
movimento "Hora de Agir", para pedir a aprovação do projeto.
"O que o projeto propõe é regulamentar o que está na
Constituição desde 1988. Governo algum teve interesse em mostrar o quanto o
cidadão paga de imposto", diz o tributarista Ives Gandra Martins. São
quatro meses e meio de trabalho só para pagar impostos em um país com carga
tributária de 35%.
Há 24 anos, o parágrafo 5º do artigo 150 da
Constituição prevê: "A lei determinará medidas para que os consumidores
sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e
serviços." Sem regulamentação, não entrou em vigor.
Desde 2004, 23 projetos já foram propostos no
Congresso com esse objetivo. Todos foram agrupados no PL 1.472.
Em vários países da Europa e nos EUA, é
possível ver no ato da compra o quanto se paga de imposto. O valor
correspondente ao IVA (imposto de valor agregado) vem discriminado no cupom
fiscal.
Como o Brasil não tem um único imposto que
agregue os demais, a ideia é informar o valor aproximado do total de tributos
federais (como IPI, PIS, Cofins), estaduais (ICMS) e municipais (ISS) que são
embutidos no preço.
Também prevê que a informação conste em
painéis visíveis nos estabelecimentos.
"Ninguém
é contra o pagamento de imposto. Temos o direito de saber para onde vai o nosso dinheiro e exigir o bom uso do dinheiro
público", diz Rogério Amato, presidente da Associação Comercial de São
Paulo (ACSP).
Apesar de apoiado por deputados de vários
partidos, o projeto encontra resistência. "Mais especificamente na
Receita", diz o deputado Guilherme Campos, relator do projeto na Comissão
de Finanças. A Receita informou não comentar projetos de lei.
Fonte:
Meio
Norte
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